O Rio Grande do Norte amanheceu mais pobre no dia de hoje, perdendo uma de suas filhas mais candentes.
Deixou-nos Hebe Marinho, que soube, como ninguém, equilibrar a sua condição de mulher, de mãe e de exímia profissional, chegando a ocupar vários cargos públicos, dentre eles o de Procuradora de Justiça do MPRN, os quais sempre executou com a maestria e credibilidade que marcaram a sua carreira.
No entanto, foi na cátedra que a Professora Hebe parecia mais se identificar, seja pelo aprofundamento de suas pesquisas (Faculdades de Lisboa e Sorbone), seja pela facilidade de transmitir conhecimento, o que lhe credenciaram a assumir cargos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tais quais os de Professora de Direito do Trabalho e Chefe de Gabinete do Reitor, além de fundadora e primeira Coordenadora do Curso de Direito da FARN, atual UNI-RN.
Como reconhecimento de sua prodigalidade funcional, Hebe Marinho recebeu várias comendas, dentre elas, a medalha de mérito Judiciário do Trabalho no Grau de Comendador, outorgada pelo Tribunal Superior do Trabalho e medalha DJALMA ARANHA MARINHO de Mérito Judiciário do Tribunal Regional Trabalho da 21º Região – Natal-RN.
Contudo, Hebe Marinho jamais deixou que títulos ou posições lhes conturbassem a conduta. Atendia a qualquer um com a delicadeza e bondade que transbordavam do seu coração magnânimo, exercendo autoridade sem erguer a voz, inspirando pelo exemplo e apoiando com sua participação, como o fez com o escritório Diógenes, Marinho e Dutra, que, em 2004, foi instalado sob suas bençãos, deixando ali seus netos, Daniel e Raphael, como seus sucessores.
Para nós, que fazemos a DMD, a Professora Hebe Marinho sempre será lembrada como patrona e incentivadora das nossas carreiras jurídicas, estando em lugar de destaque em nossas memórias e corações.
Assim, a mãe, a avó, a bisa, a amiga Hebe Marinho retorna à pátria espiritual, deixando órfãos os seus filhos, netos, bisnetos, amigos e admiradores que, consternados com a sua partida, guardam a esperança de, um dia, reunirem-se mais uma vez na casa do Pai Celeste, tal qual o faziam nos alpendres de Pirangi, para celebrarem a vida eterna, o amor e a paz.
Por Kennedy Diógenes.